De acordo com a pesquisa de pós-graduação de Érica Aprígio de Albuquerque, “Do adro à praça desenhos e significados da presença franciscana nas cidades de Marechal Deodoro e do Penedo – AL”, durante o processo de urbanização de Marechal Deodoro, os focos de ocupação foram de sítios urbanos de conjuntos franciscanos, compostos por os templos, as “casas em correnteza” e o adro. A arquitetura franciscana de Marechal Deodoro exala tempos de outrora.
“Essa composição urbanística que se desenvolve em torno de um adro com ascendência imagética da localização do templo ou do complexo religioso, depois, também será característica nos sítios urbanos dos conjuntos franciscano e carmelita”, afirma a pesquisa.
Marechal é daquelas cidades que não dão vontade de sair. Daquelas que congelam o tempo, com suas estreitas ruas e o clássico casario colonial. Marechal dá a sensação de pisar em um Brasil de tradição, com uma agulha e uma rede de pesca na mão.
Casa do filé, da música e também da arquitetura. Marechal brinda em sua silhueta as referências históricas de quem passou por lá e deixou sua assinatura.
A história de Marechal Deodoro
A gênese de Madalena de Sumaúma diz o povoado ter surgido a partir da divisão de terras em sesmarias ao sul da capitania de Pernambuco, no século XVII ainda.
Uma sociedade aristocrática rural, composta por fazendeiros, senhores de engenhos, colonos, escravos e índios. Terra demarcada por convictos pelos fundamentos católicos, cuja representação sempre fora o Senhor do Bonfim.
Senhor do Bonfim, mas que o povoado floresceu mesmo sob Nossa Senhora da Conceição, Igreja Matriz de Marechal Deodoro. Foi edificada em um nível elevado à lagoa, dando-lhe visão do platô que seguia às margens do Rio Sumaúma, via de passagem.
A colonização portuguesa era constantemente provocada. Na região, por franceses. Daí o nome de sua principal praia. Lugar de extração de pau-brasil e de troca com índios Caetés, o que atrapalhava os planos lusos em terras tupiniquins. Para defender a colônia, a Coroa dividiu o país nas capitanias hereditárias e as entregou a donatários, poderosos capitães que tinham o direito de comandá-las.
Comandá-las como quisessem, enquanto continuassem pagando impostos à família real. Alagoas não era uma capitania. Fazia parte da capitania de Pernambuco, que se desenvolvia a passos largos com os engenhos e o plantio de cana-de-açúcar. O povoado que deu origem a Marechal Deodoro surgiu em fins do século XVI, em 1611, às margens da atual lagoa Manguaba, e começou a desenvolver-se na área do atual Bairro de Taperagua, uma planície em volta do rio Sumaúma e da lagoa, lugar de visão privilegiada que permitia a vigilância sobre o inimigo.
Vila Santa Madalena da Lagoa do Sul chegou até a se tornar a capital de Alagoas, em 1817. A mudança para o nome Marechal Deodoro – em homenagem ao filho ilustre da terra, Marechal Deodoro da Fonseca, o homem que proclamou a república – aconteceu só em 1939, 348 anos depois dos primeiros registros do povoado de Sumaúma.
A arquitetura franciscana de Marechal Deodoro
Como elemento embrionário da urbanização de Marechal, temos os templos religiosos com seus adros, em especial a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário. São desses pontos que você começa a entender como a vila vai se estruturando.
“A feição geométrica de implantação, em especial o espaço que define o arruamento entre as edificações religiosas, impressiona por suas dimensões e regularidade”, analisa a pesquisa da arquiteta.
As ruas antigas são protagonistas até hoje na cidade, mesmo que com nomes diferentes, bem como seus adros e templos religiosos. Podemos citar ainda Nossa Senhora do Amparo, Convento, Igreja e Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, Igreja de Santa Maria Madalena, Convento e Ordem Terceira de São Francisco, todas passíveis de comparação, espacial e temporal, evidenciando uma tradição colonial franciscana.
Esse eixo de urbanização desceu sentido Lagoa Manguaba e conduziu o crescimento da vila em direção ao convento franciscano.
“O local tinha como favorecimento a presença de cursos de água potável e porto com facilidade na entrada e saída da vila por via lagunar. Estima-se, devido a este benefício, além do cultivo de pomar e árvores frutíferas, o desenvolvimento de atividades criatórias em geral próximas à casa conventual”, mostra Érica Alburquerque.
Quem detém o recurso, detém o poder. Assim foi se moldando a silhueta de Marechal Deodoro, que encontramos quase que intacta até hoje.
Um roteiro arquitetônico pelo centro de Marechal Deodoro
Marechal Deodoro é uma cidade histórica. Com todos esses elementos narrados e uma silhueta arquitetônica inconfundível.
O legal é fazer um circuito a pé a partir do Palácio Provincial (sede da prefeitura), indo em direção à Casa de Marechal Deodoro, passando pela Igreja Nossa Senhora da Conceição, pela Igreja do Rosário dos Pretos, pelo Convento de Santa Maria Madalena e, por fim, pela Ordem Terceira de São Francisco.
Palácio Provincial
O Palácio Provincial serviu de Sede do Governo de Alagoas entre 1836 e 1839, até a Capital da Província ser transferida para Maceió. Hospedou a família imperial e sua comitiva e, a partir de 1961, passou a ser sede da Prefeitura Municipal de Marechal Deodoro.
Casa de Marechal Deodoro
O casarão do século XVII, onde nasceu Marechal Manuel Deodoro da Fonseca, é hoje um museu aberto ao público. O local possui um ótimo acervo de objetos sobre a época em que o proclamador da República viveu na residência. A fachada é original da época e a parte interna foi restaurada para resistir ao tempo.
Igreja Matriz de Nossa Senhora Conceição
Sua edificação não é precisa, mas alguns documentos da Prefeitura de Marechal Deodoro mostram que ela já existia em 1654. Influência portuguesa e barroca, foi na Igreja da Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em 1819, que o primeiro governador de Alagoas foi empossado ao cargo inédito. Ainda, em 1860, a igreja recebeu a visita de Dom Pedro I e da Imperatriz Dona Teresa Cristina.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
A edificação, segundo a Prefeitura de Marechal Deodoro, data 1777, mas ainda sob a forma de capela. Registros mostram que a construção da atual silhueta, ao estilo mais voltado para o neoclássico, foi iniciada em 1834 pela irmandade do Rosário. Era ponto de encontro de escravos e ex-escravos.
Igreja Santa Maria Madalena e Convento de São Francisco
O conjunto arquitetônico Santa Maria Madalena, que desde 1984 tornou-se o Museu de Arte Sacra, é um belíssimo exemplar da arquitetura barroca e rococó. Certamente, um dos mais importantes do estado. O museu conta com um acervo de mais de 200 peças dos séculos XVII, XVIII e XIX, entre as quais é possível ver pinturas sobre tela, esculturas de madeira, joias, objetos litúrgicos em prata e ouro e muito mais.
O início da construção da igreja e do convento foi em 1684, apesar de dois anos antes dessa data já terem chegado na cidade os primeiros membros da Ordem Franciscana. Em 1689 foi terminada a capela-mor, mas apenas em 1723 sua primeira missa foi celebrada. A obra, em sua totalidade, data 1793.
Para viver essa experiência, se hospede no Hotel Ponta Verde Praia do Francês
Para aproveitar todo o potencial que Alagoas pode oferecer e ter uma base de segurança para planejar cada etapa da sua viagem, conte com o Hotel Ponta Verde Praia do Francês. Estar bem localizado é prover o “algo a mais” para viajar em tranquilidade.
Para conhecer Marechal Deodoro, nada melhor do que se hospedar em um hotel cujo conceito é honrar as tradições de suas terras. As características janelas de madeira, abertas todos os dias pelas ruas de Marechal, são referências para todo o conceito arquitetônico do Hotel, refletindo a tradição do casario secular do centro histórico local.
Todo o projeto do Ponta Verde honra a história de seu berço. Nos apartamentos voltados para o mar, as paredes e móveis são na cor branca, em alusão à areia de sua encosta. O objetivo, para além de homenagear o que é visto no privilegiado horizonte, também é atrair e reter melhor a iluminação natural.
Nos cômodos com vista para a vila, ou seja, aqueles que estão voltados para a direção de onde está a Lagoa Manguaba, as paredes possuem tons mais escuros, da cor da areia da lagoa. Estes recebem ainda móveis em textura amadeirada, remissiva aos barcos que navegam em suas águas, e decorações com uso dos bordados da região.
Além de suas acomodações base, o Hotel Ponta Verde Praia do Francês possui um apartamento com condições especiais para acessibilidade: o Garden Premium. É para atender bem quem possui limitações físicas, que a altura do chuveiro, da bancada de trabalho, do puxador de roupeiro, por exemplo, são adaptadas para garantir total conforto. Além disso, possui um charmoso terraço com uma jacuzzi, que rende ótimos momentos pós praia.
Também vale conhecer a Suíte Premium e a Suíte dos Marechais, que trazem um ar de exclusividade para sua acomodação. Com uma jacuzzi em um deck com vista para o mar do Francês, é daquelas experiências que você mal precisa sair dali para nunca mais esquecer.
No comando da gastronomia, Fateixa, uma homenagem aos pescadores e sua herança cultural na região, é simbolizada por uma âncora rústica e os instrumentos tradicionalmente usados nas águas da Lagoa Manguaba e do Francês. Todo o conceito do restaurante próximo ao hall honra essa tradição.
Rabeca, uma homenagem aos músicos da região, é simbolizada pelo violino folclórico de tom mais baixo e estridente, que consagrou o já mencionado e ilustre cidadão, Nelson da Rabeca. O bar-restaurante fica bem ao lado da piscina e de frente para o mar, na cobertura do hotel. Conte com bons drinks e ótimos petiscos, que entregam o frescor que a circunstância exige. Além disso, semanalmente há apresentações de instrumentos de sopro ao pôr do sol, harmonizando o clima perfeito para terminar esse roteiro com a classe devida.
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